Crítica | “50 Tons Mais Escuros” o filme que deu certo graças à genialidade do diretor



No ano de 2011 estourou no Brasil um best-seller da autora E.L James. Os livros levaram mulheres de todo o país ao delírio, cada uma expressava sua opinião pelo livro de um modo contraditório, umas diziam que aquele homem era perfeito e que precisavam de um daquele em suas vidas, por outro lado outras se perguntavam se uma mulher deveria se sujeitar a tudo aquilo por causa de um homem.

Ainda temos certo tabu em relação a filmes, leituras, séries, tudo que possa a vir envolver cenas mais eróticas em seus respectivos momentos. Mas a ousadia e a genialidade do senhor Foley, nos mostrou algo totalmente novo. Os envolvidos na escolha da contratação do diretor acertaram, e muito, foi de longe a melhor decisão que eles poderiam tomar. Ele não pecou em apostar no material de E.L James, a ousadia é evidente, quando ficamos mais íntimos da história de Christian Grey vemos que o medo que ele tem de perder a Srta. Steel, Foley nos passou muito bem esse sentimento.

       
50 Tons Mais Escuros
Fifty Shades Darker (título original)

Direção: James Foley
Roteirista: Niall Leonard 
Atores:
Dakota Johnson
Jamie Dornan 
Tyler Hoechlin 
Kim Basinger
Bella Heathcote
Luck Grimes 





Esse 50 tons nos remete a uma visão diferente de Anastasia: a entrega da donzela, que se deixa levar pelos desejos carnais do Sr. Grey e com ele um mundo de luxúria e o prazer de um homem. O público acostumou-se a assistir a aquelas cenas eróticas dos filmes dos anos 80 e 90, Foley nos apresenta algo totalmente diferenciado, em todas as cenas de sexo, somos apresentados a um ambiente com total suspense, a jovem mulher que é perturbada pelos seus fantasmas de submissões passadas, a do chefe que é psicótico e mostra total assédio, a da velha megera que estampa botox por todo o seu eu – deixa claro o maior medo de Anastacia, perder o poderoso Grey.

O ciúme em excesso leva à paranoia, e a própria coadjuvante se veria cercada por incertezas. Com sua barba por fazer e sua cara de vilão, Grey não se deixa levar por tais teorias que conspiram seu relacionamento, um homem confiante e audacioso, que tem tudo, mas ao mesmo tempo não se vê merecedor de tudo isso. Grey em dado momento desaparece em uma “reunião”, ele nem se quer dá indícios de uma suposta traição – ele  retorna com seu peito erguido de Sylvester Stallone para o seu poderoso império.


Christian deixa e assombrado pelos seus fantasmas do passado, o que interfere muito sua relação com Anastacia, toques em certas regiões são proibidos, não por um teor mais erótico, e sim, por sensações de dores que o remetem ao seu passado, Grey precisa punir para se sentir bem, mas abre mão de tudo isso pelo seu amor a Sr. Steel, em vários momentos ela acha que não é o suficiente para ele, pelo fato dele necessitar punir mulheres para se sentir bem. Neste filme, Anastacia nos traz uma mulher totalmente diferente do outro filme, ela se mostra mais confiante e bem mais convicta em suas decisões, a atriz se saiu muito bem no papel, deixando de lado aquela personagem sem graça que vimos nos livros.


Em si o filme agradou a maior parte do público, o que era pra ser um suspense melodramático, se veste de uma visão mais aberta, podemos distingui-lo com uma pitada de um bom humor. Talvez possa vir a ter mortes nos próximos filmes, talvez os filmes voltem as suas cenas de sexo do cinema americano que estamos acostumados, ou até mesmo podemos vir a acreditar que houve um final perfeito cercado por dois amantes e a felicidade eterna, ou uma Seattle amaldiçoada que ainda lhes guarda muitas surpresas.



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